Segunda maior corretora de seguros do mundo comprou a terceira e tornou-se líder deste mercado à escala global. AON será o nome. A Marsh fica como a segunda maior no mundo.
AON vai comprar a sua concorrente Willis Towers Watson (WTW) por 30 mil milhões de dólares, resultando o negócio na fusão das segunda e terceira maiores corretoras do mundo, com um total de volume de negócios anual de 19 mil milhões de dólares considerando valores de 2018. O valor em bolsa do conjunto vai atingir 80 mil milhões de dólares.
O meganegócio foi divulgado esta segunda-feira, num dia conturbado nos mercados acionistas por causa da forte queda dos preços do petróleo. Confirma, assim, rumores que já circulavam no ano passado, tendo voltado ao mercado no início deste ano. Em março do ano passado este negócio havia sido dado como abandonado, mas em janeiro passado, fontes da AON referiam que a hipótese estava viva e que uma decisão seria tomada até março. E foi.
A Marsh & McLennan será, assim, ultrapassada na liderança das corretoras mundiais já que se estima ter alcançado uma faturação de 17 mil milhões de dólares no ano passado, mesmo adicionando a aquisição que tinha realizado da Jardine Lloyd Thompson, outra das grandes corretoras mundiais.
A transação será realizada através da entrega de 1,08 ações da AON por cada ação da Willis Towers Watson, valorizando a aquisição em 30 mil milhões de dólares (26,5 mil milhões de euros), no que seria um prémio de 16% sobre a cotação de fecho da passada sexta feira.
No final da transação os atuais acionistas da AON vão deter 63% do conjunto e os acionistas da WTW os restantes 37% do capital. AON será a marca da empresa, vai focar-se especialmente em análise de risco, pensões e saúde, a sede manter-se-á em Londres, mas a empresa será domiciliada na Irlanda. Vai empregar 95 mil pessoas em todo o mundo.
John Haley, CEO da WTW, será o presidente executivo focado na estratégia de crescimento e inovação. Greg Case e Christa Davies, ambos da AON, manterão, respetivamente, os cargos de CEO e CFO da companhia. O Conselho de direção vai ser composto por um número proporcional de membros das duas empresas.
Os valores provisórios divulgados indicam que a as duas companhias obtiveram 20 mil milhões de dólares em receitas em 2019, 11 mil milhões e 9 mil milhões para a AON e WTW respetivamente, obtendo lucros líquidos de 2,2 mil milhões e 1,4 mil milhões dólares pela mesma ordem.
Greg Case comentou que o negócio vai permitir “que a nova empresa vai ser mais capaz de tratar os clientes de uma nova maneira” referindo que riscos como as ciberameaças e a proteção da propriedade intelectual vão ser melhor enfrentadas pela AON e WTW juntas que de forma separada.
A fusão vai permitir sinergias de 800 milhões, afirmando Case que a redução de custos não é o objetivo fundamental, mas que 75% deste resultado virão da consolidação de negócios e das direções centrais de suporte ao negócio.
O negócio deverá estar concluído no primeiro semestre de 2021, após a aprovação por parte dos acionistas da AON Ireland e da Willis Towers Watson. Os reguladores terão – segundo fontes do mercado – uma enorme trabalho pela frente para dar luz verde ao enorme negócio.
Para esta transação a Aon usou a consultoria financeira do Crédit Suisse and e o apoio legal foi da Latham & Watkins, Freshfields Bruckhaus Deringer e Arthur Cox.
Pelo lado da Willis Towers Watson, a Goldman Sachs fez o aconselhamento financeiro enquanto no lado legal foi dividido pela Weil, Gotshal & Manges, Skadden, Arps, Slate, Meaghere & Flom e Matheson.
Em Portugal será 2ª maior corretora
A compra a WTW pela AON resultará em Portugal na segunda maior corretora, mantendo-se a MDS, do grupo Sonae, na liderança. Segundo valores de receitas brutas relativas a 2018, o conjunto da AON (3ª maior com 14,68 milhões de euros de receitas) e da WTW (7ª com 7,71 milhões de euros), manterá a MDS como a maior empresa de corretagem com cerca de 25 milhões de euros de receitas anuais.
Fonte: Eco Seguros
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